A facilidade em se expressar ou fazer relacionamentos
tem peso importante no gerenciamento do estresse. Ser hábil para estabelecer
uma rede de relações funciona como uma válvula de escape para lidar melhor com
as pressões do dia-a-dia, o excesso de tarefas e os prazos apertados.
Muitos profissionais da área de recursos humanos já
intuíam sobre isso. Por isso é cada vez mais frequente investimentos em
workshops e treinamentos que mostrem aos colaboradores maneiras de atuar em
grupo e de praticar técnicas de persuasão e negociação. Pesquisa feita no
primeiro semestre do ano passado pela ISMA-BR (International Stress Management
Association no Brasil), associação internacional que estuda o estresse e suas
formas de prevenção, deu aval a esta tendência.
O estudo, realizado com 230 profissionais, entre
gerentes de três empresas nacionais de grande porte, concluiu que a eficiência
na comunicação interpessoal funciona como um colete salva-vidas, atenuando os
efeitos negativos das pressões e demandas em nível físico, emocional e
comportamental. E que o gerenciamento do estresse passa pelo desenvolvimento
pessoal, além de programas efetivos de qualidade de vida no trabalho dentro das
empresas.
Para chegar a este resultado foram analisados três
fatores: as pressões e as demandas no trabalho, o nível de ansiedade (somática,
comportamental e cognitiva) e o nível de tensão muscular e a satisfação
profissional.
Negociar soluções, contar com o apoio e o suporte do
colega da mesa ao lado, e, principalmente, saber se expressar, expor suas
ideias com clareza e contar com uma rede de parceiros, ajuda numa rotina mais
equilibrada e menos tensa –para você mesmo e também para a equipe. Sabe-se que,
nos Estados Unidos, o estresse profissional tem custo estimado em 300 bilhões
de dólares ao ano e nos países membros da União Europeia este valor gira em
torno de 265 bilhões de euros – números relativos ao absenteísmo, rotatividade,
lesões no trabalho e seguro saúde. Por aqui, ainda não foi feito o cálculo
desta conta, mas acredita-se que temos valores similares a esses.
Os níveis elevados do estresse levam a problemas de
saúde como hipertensão, obesidade, distúrbios gastrointestinais, lesões por
esforço repetitivo, dores musculares, insônia, ansiedade e depressão. Dados da
ISMA-BR mostram que 70% dos brasileiros economicamente ativos têm sua saúde
abalada pelo excesso de estresse. E 30% apresentam a síndrome de burnout, nível
elevado de tensão, em que a pessoa se sente literalmente sem saída.
Esta situação pode levar a uma depressão grave.
Exercitar a linguagem corporativa é apenas mais uma ferramenta para aqueles que
pretendem aprender a lidar com o estresse, sem danos à saúde.
Autora: Ana Maria Rossi
Reflexão selecionada pela Equipe COACHING E VIDA.