O apego está relacionado ao agarrar-se. Agarrar algo é um ato superficial, não existencial. Todos nós somos apegados a alguma coisa, entretanto sabemos o quanto sofremos quando temos que abrir mão daquilo que estamos apegados. Saiba que o apego limita nossos verdadeiros desejos. Quando estamos apegados somos mesquinhos e egoístas e não estamos seguindo o fluxo da natureza.
A natureza é desapegada. Por exemplo, quando um pássaro bota um ovo, a
mãe está presente até o momento em que seu filhote nasce, cresce e fica forte.
Depois, o pequeno pássaro vai buscar o seu próprio caminho. A mãe não se apega
ao filhote que agora já é um adulto.
Existem diversas formas de apego às quais podemos renunciar. Faça uma
reflexão interna e perceba qual apego que existe hoje em sua vida e qual você
já está disposto a deixar fluir:
Tipos de Apego
Apego ao ego: está relacionado à ideias e pensamentos fixos, sendo que
pessoas apegadas ao ego são menos compreensíveis e mais preconceituosas.
Atividades junto à natureza propiciam uma quietude interna, onde observamos
menos conflitos de egos. Por exemplo, se imagine em uma caminhada na trilha de
uma floresta com outras pessoas. Geralmente, as pessoas estão mais interessadas
nas paisagens, no clima, nos animais que poderão surgir, sentindo e curtindo o
que a natureza tem de bom. Um outro exemplo acontece nos retiros espirituais:
exigimos menos e somos exigidos menos também, portanto não há nada que precisa
ser provado. Na vida cotidiana estamos sempre pensando em termos de "meu
espaço", "meu tempo", "meu trabalho", "meus
objetos", "meus amigos". Quando largamos tudo isso, podemos
assim permitir que outros entrem em nossas vidas tornando-se mais próximos de
nós mesmos.
Apego a opiniões estreitas: ocorre quando o indivíduo está apegado às
concepções que não funcionam. Pode ocorrer também quando a pessoa estabelece
uma opinião fixa em relação à vida de outra pessoa. Por exemplo: quando o pai
ou mãe exige que a sua filha siga uma carreira escolhida por um deles. Essas
pessoas costumam projetar os seus desejos e opiniões em cima das outras
pessoas, sendo que a última palavra deverá ser a dela, tornando a situação
desagradável. Uma solução seria usar uma percepção meditativa, sem julgamentos,
para abrir nossas mentes e fluir com as ideias - em vez de se fixar nelas.
Apego ao princípio do prazer e da dor: podemos perceber esse apego em
pessoas dependentes de bebidas, chocolates, vícios, romances que nunca dão
certo, família etc. Para exemplificar este tipo de apego imaginem a seguinte
cena: uma mulher é questionada se é feliz no casamento e dá a seguinte
resposta: "Eu acho que sim, apesar do meu marido bater em mim e no meus
filhos, ele é trabalhador, não deixa faltar nada em casa.
Enfim, nunca parei para pensar nisso, estamos juntos há tanto tempo. Acho
que acostumei com isso, não me vejo sem ele." Esse é um caso fictício,
porém típico de apego ao sofrimento. Ficamos tão presos as rotinas familiares
de relacionamentos dolorosos que nem sabemos mais como soltá-las e caminhar em
outra direção mesmo quando fica evidente que isto é o que nos convém.
Apego a ritos e rituais vazios: ocorre quando as pessoas se agarram a
dogmas vazios o tempo todo, não sendo capazes de abrirem suas mentes e pensar
por si mesmos porque acreditam em alguma coisa simplesmente porque foi dito por
alguma autoridade ou porque está escrito em um livro.
Apego à visão limitada e míope que só é capaz de enxergar a partir de um
único ponto de vista: quando expandimos nossa auto-percepção, passamos a ver,
ouvir e sentir a partir de outro ponto
de vista, mais amplo. Podemos sentir a fragrância divina ou intuirmos uma
presença impalpável, porém autêntica. Ao nos sentirmos compelidos a aprender e
amar, precisamos olhar com mais profundidade para as complexidades de nossas experiências,
com todos os seus diversos níveis interligados, dimensões variadas e múltiplas
formas de existência.
Autora:
Elaine Lilli Fong
Reflexão
selecionada pela equipe SC Coaching
Desapego nos eleva. Maria Felipa
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