quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Era Moderna - Idade da Ansiedade

Pode parecer irônico pensar que o progresso tão desejado pelo homem, seja na verdade, o fator mais estressante dos seus dias.
Existem autores que consideram a Era Moderna, a “Idade da Ansiedade”. Diz-se que a simples participação do indivíduo na sociedade contemporânea já é o suficiente para o surgimento da ansiedade. Portanto, viver ansiosamente passou a ser considerado uma condição do homem maduro; a ansiedade transformou-se em um sintoma físico e psíquico e o estresse seu representante emocional, assim como a febre pode ser o representante físico de uma infecção.

Nas sociedades primitivas, nossos ancestrais lutavam diariamente por sua sobrevivência e por essa razão a reação orgânica (a ansiedade) servia como um sinal de alerta, exigindo que novas decisões fossem tomadas. Os desafios de sobrevivência permitiam que eles evoluíssem sua espécie.
Nossos irmãos primitivos usavam a ansiedade em benefício da evolução e expansão da espécie e nós: o que fazemos com nossa ansiedade?
A espécie evoluiu, não temos mais que desafiar animais ferozes, guerras tribais, mas tememos o desemprego, o seqüestro relâmpago, os assaltos, a violência, a competitividade, lutamos pela subsistência da família, pela procura do parceiro, etc.
Todos esses fatores nos levam a ansiedade. As pessoas entram em conflito, se angustiam e há uma desestabilização física e emocional, a vida pára, os prazeres somem, as dores e algumas doenças aparecem.

O estresse não precisa ser uma reação negativa, pois vimos anteriormente, que ele é fisiologicamente vital para nosso organismo e sua ausência total equivale à morte. Sendo assim, fica a pergunta: se a ansiedade é uma reação saudável, o que a transforma em sintoma, em doença?
Um caminho para pensar este enigma é que cada pessoa tem reações diferentes para uma mesma situação e nem sempre a tentativa de adequação agrada ou satisfaz. Muitas vezes nos vemos insatisfeitos com uma situação, mas temos que “engolir”. E como é indigesto!

O que aparece como motivo da nossa ansiedade pode não ser o real problema. Com isso, vamos acumulando angústia, ansiedade, insatisfação, sem que percebamos que estes são somente sinais de alerta: a questão principal quase sempre permanece oculta. O fato é que fazemos parte de uma sociedade, com regras, leis, proibições, privações, desenvolvimentos, riquezas, pobrezas, injustiças e por aí vai, somos parte dela e assim não estamos livres dos estressores do cotidiano. Podemos sim, reduzir e administrar seus efeitos danosos, desde que estejamos dispostos a reconhecer suas verdadeiras causas.


Roberta Marin Passos
Psicóloga e Coach – Equipe SC Coaching.

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