Elisabeth Kübler Ross foi uma psiquiatra Suiça, pioneira no tratamento de pacientes terminais. Seu maior trabalho científico e prático representou há quatro décadas uma inovação para a medicina ocidental e uma quebra do tabu sobre a morte: o uso de técnicas para que o fim da vida fosse mais ameno para os doentes, para os médicos que os atendem e para os familiares que os cercam. A publicação em 1969 de seu livro "On Death and Dying" (Sobre a morte e o processo de morrer) marcou o rumo de seu trabalho. Segundo esse modelo, pacientes com doenças terminais passam por cinco estágios e são conhecidos como Os Cinco Estágios do Luto (ou da Dor da Morte, ou da Perspectiva da Morte): Negação e Isolamento: Isso não pode estar acontecendo; Cólera (Raiva): Por que eu? Não é justo; Negociação: Me deixe viver apenas até meus filhos crescerem; Depressão: Estou tão triste. Por que se preocupar com qualquer coisa?; Aceitação: Tudo vai acabar bem."
Muitos devem estar se perguntando o que os 5 estágios da morte tem em comum com o Coaching. Mas basta pensarmos um pouco nos conceitos do Coaching que poderemos ter uma clara idéia de como estes assuntos possuem pontos em comum.
O Coaching trabalha com a mudança de comportamento. Esse tipo de mudança comportamental presume que devemos deixar velhos hábitos de lado e possibilitar um novo processo interior. Resumindo, às vezes precisamos enfrentar nosso principal desafio para realizar uma mudança em nós mesmos: "Sair da Zona de Conforto" - abrir espaço para que novos hábitos e novas habilidades possam se transformar em um trabalho melhor para alcançarmos nossos objetivos. É exatamente neste ponto, que encontramos as ligações existentes entre o Coaching e os 5 estágios da morte:
- Atingir um objetivo às vezes exige que sacrifícios sejam feitos, e quando falamos de sacrifícios pessoais, muitas pessoas se sentem mal em ter de sacrificar algo em que "acredita" ou que convive já há muito tempo. E aqui chegamos ao primeiro estágio, o da "negação".
- Nossos objetivos e nossas metas são importantes para nossa felicidade, mas como visto anteriormente, às vezes sacrifícios são necessários. Quando conseguimos aceitar estes sacrifícios, e passamos pelo estagio da negação, ficamos por algum momento ainda preso ao sentimento de raiva, por ter de sacrificar algo, é quando
chegamos ao segundo estágio, o da "cólera".
- Quando aceitamos a mudança, e deixamos de sentir raiva por termos de mudar, chegamos ao estágio 3, o da “negociação”, quando então tentamos manter nossa zona de conforto intacta e mesmo assim obter os benefícios da mudança.
- O 4º estágio, a "depressão", pode ser o menos influente, alguns objetivos podem fazer com que ele não seja percebido ou iniciado, mas quando isso acontece, deve-se ao simples fato de que não estamos convencidos de que podemos realmente mudar. Este é um bom momento para que possamos refletir a respeito de nossos objetivos e obter através destas reflexões, força de vontade para se comprometer em 100% para a realização do mesmo.
- O 5º estágio, a "aceitação", é a nossa meta final. Mas devemos ter cuidado em tornar esta aceitação um combustível para nosso progresso e nosso desenvolvimento, com uma visão clara de nosso objetivo, ou então cairemos em uma nova zona de conforto, quando então acabamos por paralisar o processo, e todo o aprendizado obtido até o momento não terão tido nenhum propósito real. A aceitação é o resultado de um processo bem desenvolvido, e quando aceitamos a mudança, vendo nela a chance de obtermos resultados positivos em nossos objetivos, ela se torna uma ferramenta capaz de auxiliar todo o processo de transformação que estamos dispostos a enfrentar.
Espero que este artigo possa ter aberto uma nova visão a respeito das mudanças e da nossa permanência na zona de conforto.
Este texto é simplesmente incrível pois me fez pensar na relação do título Os caminhos da Vida com os Estágios da morte, pois a cada novo objetivo realmente temos que viver estes estágios "de morte" e luto dentro de nós para renascermos a uma nova vida!! Texto lindo, reflexivo e muito sábio. Parabéns à vocês que estão tendo a sensibilidade e sabedoria de legitimar este novo olhar às necessidades e urgências humanas.
ResponderExcluirMilena Torres - Psicanalista Lacaniana
Oi Milena, esse foi realmente nosso objetivo quando associamos o título à matéria, pois é assim que entendemos o processo do viver. Muito obrigada pelo comentário, sem dúvida agrega novos pontos de reflexão. Um grande abraço!
ResponderExcluirRoberta Marin Passos
Equipe SC Coaching